É sabido que o governo federal aprovou em 2005 a Lei 11.161 - popularmente chamada de "Lei do Espanhol" -, que torna obrigatória a oferta, por parte das escolas, do idioma no ensino médio e facultativa no ensino fundamental. Também é facultativa aos alunos a opção de cursar a disciplina. A partir da aprovação da Lei, os estados teriam prazo de cinco anos para realizar a oferta obrigatória. Ou seja, já no ano que vem todas as escolas de ensino médio (públicas e privadas) devem oferecer espanhol aos seus alunos. Em virtude disto, foi realizada uma reunião entre nós, alunos da graduação (em Lic. Plena em Letras – hab, Língua Francesa) e professores de francês para conversarmos acerca das implicações que esta lei sancionada recentemente acarreta aos nossos futuros como professores de língua francesa.
É preciso que fique claro que o espaço do francês, aqui em Belém, já é muito escasso. É lógico que não há o que discutir com relação ao peso que o espanhol tem em qualquer currículo hoje em dia: é o idioma mais usado nas Américas e é tido como segundo em importância na atualidade em grande parte do planeta, ficando atrás apenas do inglês. Entretanto, o francês, que TAMBÉM é um idioma muito falado mundo afora e, principalmente, os atuais e futuros profissionais da área estão sendo prejudicados, sujeitos a terem um diploma que não garantirá, em Belém, um lugar no mercado de trabalho.
Com esta preocupação e, em busca de apoio e força, a Associação dos Professores de Francês do Pará tentou diversas vezes entrar num acordo com a SEDUC. Esta, por sua vez, marcava reuniões, agendava encontros que nunca puderam ser realizados. Sem, ao menos, dar uma explicação convincente à Associação. Uma verdadeira falta de respeito! Uma pena não termos estes documentos como respaldo, contudo isto é apenas uma questão de tempo. Decidimos, em reunião, enviar novamente um pedido de atendimento e este, será documentado. O próximo passo decidiremos assim que tivermos alguma resposta.
Antes de mais nada, é de suma importância que saibamos e divulguemos, da maneira que pudermos, o valor do nosso curso. Quantas pessoas você conhece que entraram no curso por qualquer outro motivo que não ser professor de francês e acabaram melhorando de vida com a graduação? Nós sabemos que a maioria de nós é de origem humilde e não tinha conhecimento nenhum da língua. Além de estarmos aprendendo uma profissão que nos possibilitará, com a graça de Deus, independência financeira e melhora na qualidade de vida, enriquecemos nosso intelecto ao aprendermos uma língua tão rica e, por que não dizer, tão charmosa quanto o francês?
Eu, por exemplo, demorei a perceber o quanto eu sou apaixonada por este curso. Decidi que eu quero, sim, ser professora de francês! E quero poder ser professora nessa cidade que eu também aprendi a amar, que é Belém. Pra isso, eu preciso que o meu espaço seja respeitado. Assim como eu, sei que muitos de vocês se dedicam verdadeiramente ao curso, esperando, é claro, um diploma valorizado e uma chance de emprego. Lutem por isso! Juntem-se à Associação, abracem uma causa que também é de vocês!
Natália Carmem
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